sábado, 24 de julho de 2010

As Reduções Jesuítas

Com o objetivo de conter as revoltas indígenas, o governo espanhol confiou aos padres da Companhia de Jesus a tarefa de pacificação dos índios. Para tanto, os jesuítas transformaram as aldeias indígenas em reduções.
Os padres José Lataldino, Simão Maceta, Lorenzana e Francisco de São Martinho, foram os primeiros a entrar na região, com o novo objetivo, iniciando a obra catequética. As reduções de nossa Senhora de Loreto e de Santo Inácio foram as primeiras estabelecidas no médio Paranapanema, em 1610, Via de regra, procurou-se a proximidade dos rios Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Corumbataí para os grandes aldeiamentos.
Foram estabelecidos pelos jesuítas, no Guairá, os seguintes núcleos.
Os índios aldeados nas reduções, eram na sua maioria guaranis, porém, havia outros, entre os quais os tupis e carijós.
As reduções foram organizadas na base de vida comunitária. Suas atividades econômicas foram principalmente á coleta de erva-mate que os padres exportavam, divulgando o uso da erva do Paraguai entre os espanhóis do Prata. Tinham plantações de mandioca, milho e outras, praticavam lavouras coletivas. As terras eram todas de uso comunitário. A criação de gado era realizada em regime de compascuo.
Os homens dedicavam-se principalmente às atividades do setor primário (agricultura e pecuária) enquanto as mulheres eram orientadas para as artes. O artesanato das reduções, com a produção de tecidos de algodão e de lã, alcançou qualidade. Foram os índios carpinteiros, tecelões, ferreiros, estatuários, fundidores.
O aldeamento produzia o necessário para a sua subsistência, exportando os excedentes da sua produção agrícola e pecuária, além da erva-mate. Os seus produtos concorriam como de maior importância dos artigos de exportação.
As aldeias eram também objeto de planejamento urbano e arquitetônico. Eram divididas em quadras e davam nas praças situadas no centro da povoação. A igreja, os depósitos e o cemitério, geralmente em um único lado, enquanto nos demais estavam os edifícios com as habitações para as famílias indígenas. As casas, em forma simétrica eram feitas de taipa, com tetos de duas águas.
Os indígenas levantavam-se cedo para o trabalho, para o qual seguiam depois do mate. Os empregados na lavoura reuniam-se diante da igreja e seguiam juntos para o campo. Os operários das manufaturas dirigiam-se para as respectivas oficinas. As mulheres para os teares. As crianças para a escola.
A educação era também comunitária, ministrada pelos padres que enfatizavam sua influência sobre a infância e a juventude.
Mas não demorou muito e começou o declínio das reduções. Tanto os espanhóis quanto os portugueses contribuíram para que isso acontecesse.
Os espanhóis, por que não conseguiam evitar as fugas dos índios escravizados pelo branco para as reduções. Onde ficavam livres. Os portugueses por que temiam que os padres jesuítas espanhóis pudessem ampliar os limites da divisa das terras espanholas, invadindo terreno português.
O contato entre brancos e índios modificou alguns hábitos de ambos as culturas. O branco aprendeu a língua dos índios, adquiriu o hábito de dormir em redes ou no chão, de tomar banho todos os dias, etc. O índio, por sua vez, aprendeu, entre as coisas, a ler e escrever, a língua dos brancos e a ter fé na religião cristã.


Os Bandeirantes destoem às reduções


Foi por volta de 1629, que os portugueses e os bandeirantes paulistas resolveram acabar com as reduções, provocando verdadeiras guerras.
Os portugueses queriam conquistar a região ocupada pelas reduções, pois assim poderiam expandir seus limites, tornando-se os legítimos donos das novas terras.
As primeiras entradas que chegaram ao Paraná, vindas de São Paulo, foram as de Jerônimo Leitão, Jorge Correa, Manuel Soeiro e João Pereira de Souza. Datam de 1585 e tinham como finalidade o aprisionamento de indígenas. A partir de 1607 várias entradas penetrando no interior do Paraná a maioria delas acompanhavam o curso do rio Ribeiro, indo em direção ao centro do Estado, onde hoje se situa, as cidades de Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Reserva e Cândido de Abreu.
Iniciaram assim as bandeiras e expedições particulares que procuravam capturar os índios e vendê-los como escravos às outras capitanias, para trabalharem principalmente na colheita da cana; procuravam também mais terras e ainda queriam impedir que os espanhóis avançassem em direção ao atlântico.
Após os ataques bandeirantes e a destruição das reduções, bem como do abandono das povoações espanholas, focou o Ocidente do Paraná em completo esquecimento, por mais de um século, pois que, sem o ouro e sem os índios, não mais atraia a atenção.


Organizações da comunidade tradicional


O Paraná assim como outras localidade brasileiras, teve ciclos ou períodos na sua história em que uma atividade econômica se destacava mais do que as outras.
Cada uma destas atividades criou empregos, produziu riquezas e contribuiu para o desenvolvimento do nosso Estado.


O ciclo da economia paranaense
O Ciclo do ouro ou da mineração


Como já foi visto, o povoamento do Paraná começou pelo litoral. Isso aconteceu porque era muito mais fácil chegar por mar as terras que, no futuro, formariam, o estado do Paraná. Além disso, a partir do século XVII foram descobertas várias minas de ouro e pedras preciosas no litoral.
A descoberta do ouro e das pedras preciosas atraiu muitas pessoas que estavam atrás de riqueza fácil e que acabaram por povoar o litoral e o primeiro planalto, fundando cidades como: Paranaguá, Curitiba, Morretes e Antonina.
A busca de ouro e pedras preciosas também levou à descoberta de novos caminhos entre o litoral e Curitiba. Esses caminhos eram usados para enviar ouro e pedras preciosas para o governo português.
A carência de gêneros, numa população que se formou subitamente, e que se dedicava exclusivamente à cara do ouro, criou tremendos problemas de abastecimento, que raiaram pelo drama da fome. A organização desse abastecimento foi o grande problema enfrentado pelo governo colonial na primeira parte do século XVIII.


O ciclo da pecuária ou tropeirismo


Com o declínio do ciclo do ouro. E aproveitando as ótimas pastagens, o gado que a princípio era criado solto e só para cobrir as necessidades alimentícias dos povoados, começou a ser criado em fazendas e a ser comercializado, transformando-se na principal atividade econômica.
E com isso se inaugurou uma nova fase de atividades econômicas dos habitantes do Paraná e do sul de São Paulo: o tropeirismo. Consistia o negócio em ir comprar as mulas no Rio Grande, no Uruguai, na Argentina, conduzi-las em tropas, numa caminhada de três meses pela estrada de Viamão, inverná-las por alguns meses nos campos do Paraná, e vendê-las na grande feira anual de Sorocaba, onde vinham comprá-las paulistas, mineiros e fluminenses.
O ciclo das tropas começa em 1731 e se esgota na década de 1870, usando as construções das estradas de ferro do café, em São Paulo, desvalorizam o muar como meio de transporte.
O comércio do gado fez com que aparecessem os "caminhos de gado", sendo o mais importante deles a Estada da Mata, que ia de Rio Grande do Sul até a cidade de Sorocaba, no estado de São Paulo.
O ciclo do gado transformou bastante o nosso Estado, modificando não apenas a economia, mas também o modo de vida das pessoas, que passaram a ser mais ligadas ao campo do que aos povoados, as vilas e cidades.
A condução do gado de um lugar para o outro fez também com que surgisse os pousos, locais onde os tropeiros paravam para descansar e se abastecer.
Nesse período surgiram cidades como: Castro, Ponta Gross, Lapa, Palmeira, Jaguaraíva.
Começou nesse ciclo também a agricultura, para alimentar o gado, eles produziam o milho, depois introduziu-se as plantações de feijão e trigo.
O tropeiro desempenhava por conta própria o trabalho de correio, numa época em que o mesmo era praticamente inexistente no interior. O tropeiro era o homem que trazia as notícias dos últimos acontecimentos aos vilarejos por onde passava, era também o portador de bilhetes, recados e o instrumento diário de muitos negócios.



O Paraná e a Independência do Brasil

Nesta época as terras do Paraná faziam parte da capitania de São Paulo, a qual devido a sua extensão, foi dividida em duas comarcas. A comarca do sul teve sede em Paranaguá até 1812, quando esta foi transferida para Curitiba.
Em 1811, desejando um governo próprio o governo de Paranaguá enviou uma representação a D. João. O líder desse movimento emancipacionista foi Pedro Joaquim Correia de Sá. Foram feitas várias tentativas junto à Corte, no Rio de Janeiro, mas o movimento fracassou.
Em 1821, houve uma nova tentativa de obter a emancipação da comarca, que então se chamava comarca de Curitiba e Paranaguá. Os defensores da emancipação iniciaram um movimento que ficou conhecido como Conjura Separatista. Mais uma vez, o movimento não trouxe resultado positivo, embora o ideal da emancipação não tivesse desaparecido. Nessa luta destacaram-se o tropeiro Francisco de Paula e Silva Gomes e o Coronel Manuel Francisco Correia Júnior.
Como você pode observar, o sete de setembro não alterou a situação política do Paraná.


A emancipação política do Paraná


No período regêncial, duas rebeliões que ocorreram no sul do Brasil tiveram influências na história do Paraná. Uma delas foi a Revolução Farroupilha, que se estendeu de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul. Esse movimento inicialmente defendia a autonomia das províncias que constituíam a Monarquia. Depois adquiriu um caráter separatista, ou seja, propunha a separação do território gaúcho do resto do Brasil.
O segundo movimento rebelde estourou em São Paulo em 1842. Era a Revolução Liberal, que pretendia a volta do Partido Liberal ao poder central.
O governo temia que os paranaenses, apoiando os revolucionários gaúchos, que já atingiam Santa Catarina, ocasionassem a união dos dois movimentos e, consequentemente, a soma das duas forças. Foi prometido a emancipação da comarca de Curitiba e Paranaguá, em troca de sua neutralidade. A proposta foi aceita.
Finalmente em 29 de agosto de 1853, foi criada a província do Paraná e instalada pelo seu primeiro presidente, Zacarias de Goes Vasconcelos, em 19 de dezembro de mesmo ano. Curitiba tornou-se definitivamente a capital do Paraná em 26 de julho de 1854, então se fazia necessário organizá-la. Curitiba era ma pequena cidade, quase uma simples vila, sem quaisquer serviços públicos, nem edifícios próprios para a administração provincial. Com a chegada do presidente da província e do pessoal administrativo, outras construções começaram a aparecer como a Câmara Municipal, o Tesouro, o quartel da força militar, a cadeia.
Embora sede de comarca desde 1812 e a cidade desde 1842, em 1854 era ainda preciso fazer de Curitiba uma cidade de fato, capaz de polarizar a nova província.
Por outros lados a instrução, pública ou particular, era a mais desfavorável em toda a província. Apenas 615 paranaenses em 1854 freqüentavam em escolas públicas cursos de primeiras letras, e a grande maioria no litoral, sobretudo em Paranaguá. Em Curitiba apenas funcionavam cadeiras consideradas de ensino secundário, de Latin e de Francês, com 11 alunos no total. A população da província era entretanto de 62 mil habitantes. Medidas deveriam ser tomadas, não apenas para instalação de novos cursos, mas também para o melhor aproveitamento dos já existentes.
As estradas da províncias encontravam-se intransitáveis e dificultavam a colonização da província e o transporte de produtos agrícolas. Sentindo a urgência de ligar Curitiba ao litoral, o presidente decidiu fazer vários estudos para a construção de estrada. Tomou inclusive a decisão de construir a Estrada da Graciosa, ao lado do já existente Caminho da Graciosa, para ligar Curitiba ao porto de Antonina.

As Capitanias Hereditárias

Em 1534, o rei de Portugal introduziu o sistema de capitanias hereditárias, com a finalidade de facilitar a administração do Brasil. A colônia foi dividida em 15 lotes, doados a 12 donatários, que, apesar de terem poder total sobre elas, não eram seus proprietários.
As terras paranaenses estavam distribuídas em duas capitanias.
Uma foi doada a Martin Afonso de Souza, São Vicente, região compreendida entre a Barra da Baia de Paranaguá e Bertioga (SP)
A outra foi doada a Pero Lopes de Souza, chamada Sant’Ana, que descia da barra de Paranaguá até onde fosse legitima, pelo limite do tratado de Tordesilha, a ocupação portuguesa.
Deste modo, a capitania de São Vicente correspondia em nosso Estado, ao município de Guarapuava, Antonina, Paranaguá, e parte de Morretes. A capitânia de Sant’Ana correspondia aos municípios de Matinhos, Guaratuba e parte de Morrestes.
Por vários motivos as capitanias fracassaram e Portugal introduziu o Governo Geral. Os governadores gerais deveriam promover a pacificação dos índios, favorecer o povoamento e desenvolver economicamente a colônia.


Costa do Pau Brasil – Costa do Ouro e Prata


Descoberto o Brasil, realizadas as primeiras expedições e fundados os primeiros núcleo de povoamento, em São Vicente, em Pernambuco e na Bahia, viviam os portugueses, contudo, frustradas as suas expectativas de fácil localização de metais e pedras preciosas.
Encontram no estrato, os paus ricos em tintas que passaram a derrubar e a enviar para a metrópole. Aos portugueses logo vieram juntar-se, na exploração da madeira do litoral brasileiro, outros europeus, principalmente franceses. Desta maneira antes de tornar-se uma economia do açúcar, a economia brasileira foi uma economia da madeira.
O início da colonização efetiva, por Martin Afonso de Souza, fizera surgir também, em São Vicente, o primeiro engenhos de açúcar, e o Brasil que fora apenas madeira, torna-se o complexo escra-açúcar.
Tanto pelas madeiras, como pelo açúcar e pelo tráfico de escravos, a presença de colonizadores efetiva-se apenas ao longo da costa.
Contudo, desde o descobrimento do rio do Prata, o litoral de São Vicente para o sul, "a costa do ouro e prata", era visitada principalmente por espanhóis, atraídos pelas notícias de riquezas no Prata e no Ocidente (espanhóis de Buenos Aires)
No final do século XVI, os vicentinos percorriam o litoral da capitania à procura de índios. Da mesma maneira o planalto curitibano seria também percorrido pelos sertanistas que escravizavam indígenas e procuravam metais.
O próprio Gabriel de Lara teria participado de movimentos que objetivavam escravizar índios carijós, na região do Taquarí, antes de sua fixação em Paranaguá.
A escravização de indígenas e a constante procura de metais teriam por conseqüência, ainda na primeira metade do século XVII, a ocupação portuguesa de terras do litoral e do primeiro planalto paranaense.


Procura de índios e minas


O índio foi, no sul do Brasil, o braço de trabalho sobre o qual foi possível a colonização e o estabelecimento das instituições de fundo português.
O índio, e mais tarde o negro, tanto no período da escravidão, como no período do aldeiamento, era a mão-de-obra que sustentava todas as estruturas superiores da sociedade colonial.
- nos trabalhos domésticos;
- nas derrubadas e lavouras;
- nas jornadas de minas e na condução de cargas;
- contra índios que deveriam ser caçados;
- nos serviços públicos de estradas;
- nos transportes de munição;
- na condução de mercadorias
- na construção de fortalezas.
Já no final do século XVI, em 1586, os moradores de São Vicente, Santos, São Paulo, pediam ao capitão-mor a organização de bandeiras para caçar índios carijós dos territórios hoje paranaenses e catarinenses.
Nas últimas décadas do século XVII, já estavam extintos as tribos de índios livres dos sertões ao alcance dos paulistas. Restavam apenas, para sustentar as populações do sul, os índios aldeados sob a direção dos jesuítas, dos carmelita, dos franciscanos e dos clérigos seculares. Esses índios eram cedidos aos paulistas para execução de todos os trabalhos da comunidade mediante um salário que a lei estipulava. Os próprio s índios aldeados, submetidos a uma escravidão disfarçada encaminhavam-se para a extinção. Alguns dos aldeados visitados pelo Ouvidor Pardinho, nos princípios do século XVIII, obrigavam apenas velhos imprestáveis para os serviços que deles se exigia.
Não se pode afirmar quando se deu a substituição do escravo índio pelo escravo negro no sul do Brasil, mas pode-se perceber a ocorrência de um período intermediário, durante o qual a falta de escravos acarretou transformações drásticas.
É no início dessa situação, quando chegava ao final do processo da extinção dos carijós dos sertões paranaenses e catarinenses, que os paulistas iniciaram dois grandes movimentos a procura de mais índios no oeste do atual Paraná, na região de Guaíra, e a procura de ouro no leste do Paraná, na região de Curitiba e Paranaguá.


A ocupação Espanhola


Durante os anos de 1541 e 1542, os espanhóis fizeram a primeira travessia de leste para oeste, chegando até o rio Paraná. Para a época, foi um empreendimento audacioso, no qual o capitão espanhol D. Álvaro Nuñez de Vaca, nomeado governador do Paraguai, dirigiu-se a Assunção por via terrestre. Foi uma viagem de 10 meses de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, atravessando todo o território do Paraná, até Assunção, no Paraguai. Durante essa viagem foram descobertas as cataratas do Iguaçu.
Em 1554, Diego de Vergara fundou a povoação de Ontivieris, que se situava próximo de onde é hoje a cidade de Faz do Iguaçu. Mais tarde esse povoação foi transferida por Ruy Dias Melgarejo para foz do rio Piquiri, com o nome de cidade Real de Guariá, posteriormente transformada em redução Jesuíta. Atualmente corresponde ao município de Guaíra.
Em 1576, o mesmo Ruy Melgarejo fundou, na confluência do rio Corumbataí com o Ivaí, Vila Rica do Espírito Santo de Fênix. Com o estabelecimento dessas povoações, os caminhos do Peabiru. Estes poderiam cair em mãos dos portugueses, por causa das expedições em busca de índios e metais preciosos empreendidas em território espanhol.
Além das razões de necessidade da posse efetiva da terra e do impedimento da passagem para os metais preciosos, a ocupação espanhola do Guairá, foi sem dúvida, motivada ainda, pela presença de milhares de índios, que procuraram desde logo explorar. Fora já adotado, em outras regiões de colonização, e assim espanhola, o sistema de "encomiendas", e assim os moradores da cidade Real e de Vila Rica, procuraram também reduzi-los a servidão.
Aos "encomiendados" cabia lavrar a terra caçar e pescar para os seus senhores, além de prestar serviços na construção de habitações e outros. Era porém, na coleta da erva-mate, nos grande s ervais nativos da região, que a mão-de-obra indígena constituía a grande e única força de trabalho existente. Os índios, contudo reagiram.

Conhecendo sua História

O registro de nascimento e a certidão de identidade são documentos que servem para identificar as pessoas e que todos os brasileiros devem possuir.
Eles nos trazem informações importantes sobre as pessoas. Para que você conheça melhor esses documentos, pegue seu registro de nascimento , faça de conta que a carteira de identidade abaixo é sua e copie os dados necessários para o seu preenchimento.


O Tempo pode ser medido


A vida de um município, de um país ou estado pode ser representada em uma linha de tempo, Para isso precisamos aprender alguns termos referentes a contagem de tempo, tais como:
Década = 10 anos
Quartel = 25 anos
Cinqüentenário = 50 anos
Século = 100 anos
Milênio = 1000 anos
A cronologia, ciência da contagem do tempo, é uma das invenções do homem, que sentia necessidade de controlar o tempo,
Com isso criou variados calendários, como o chinês, o judeu ou outros.
O calendário que usamos é chamado Cristão, porque os anos são contados a partir do nascimento de Cristo.
Assim, se uma pessoa nasceu em 1980, dizemos que ela nasceu 1980 anos depois do nascimento de Cristo.
Crie sua linha de tempo,
Todo mundo tem uma história, você mesmo, os animais, as cidades, os países, etc...
A história do Paraná faz parte da história do Brasil. Nosso país, tomado oficialmente pelos portugueses em 1500, foi colônia de Portugal até 1822, quando foi proclamado a Independência. O Brasil adotou o regime monárquico que se estendeu até 1889, ano da proclamação da república.


A chegada dos europeus


O descobrimento do Brasil foi conseqüência das viagens marítimas de portugueses e espanhóis, que percorreram os oceanos antes desconhecidos.
Essas viagens eram conhecidas como as Grandes Navegações e resultaram na descoberta de novas terras.
Alguns anos antes de o Brasil ser descoberto, o rei de Portugal e o rei da Espanha uniram-se para dividir entre os dois países as terras que ainda não eram conhecidas pelos europeus. Eles fizerem um acordo, chamado de TRATADO DE TORDESILHAS.
Segundo esse tratado, uma linha imaginária serviria de limite as possessões dos dois países. As terras situadas a oeste de Tordesilhas pertenceriam a Espanha e as situadas a leste, a Portugal.
Se condicionarmos ao atual território brasileiro, o meridiano de Tordesilha atravessaria as atuais cidades de Belém (PA) e Laguna (SC).
Observe que a grande maioria das terras paranaense originalmente eram espanholas. Por isso, logo após o descobrimento do Brasil, os espanhóis, com medo de perderem essas terras para os portugueses começaram a ocupar nosso interior.


Portugal toma posse do Brasil


Em 1500, o rei de Portugal, D. Manuel, reuniu uma esquadra com o duplo objetivo de organizar um entreposto comercial nas índias e tomar posse das terras ocidentais pelo tratado de tordesilhas. Seu comandante era Pedro Álvares Cabral. Em 22 de abril de 1500, a esquadra de Cabral chega ao nosso litoral e oficializou a posse portuguesa das novas terras. A partir desse momento, o Brasil passou a ser colônia de Portugal.


Os primeiros donos da terra


No século XVI, quando chegaram ao Paraná, os índios europeus encontraram várias nações indígenas. Cada uma dessas nações eram divididas em tribos. A nação Tupi predominava no litoral, e suas principais tribos em nosso Estado eram os Tinguis, os Carijós, os Caiuás, os Guarapuabas e os Iratens. As tribos da nação Jê ocupavam a região do planalto. As principais eram os Caingangues ou Coroados e os Botocudos.
Os índios viviam da caça, da pesca e da coleta de alimentos. Algumas tribos praticavam uma agricultura simples, plantando principalmente o milho, mandioca, abóbora e batata doce. O trabalho agrícola era normalmente feito pelas mulheres. Algumas tribos desenvolviam um bonito trabalho de cerâmica e cestaria.
Há mais de 7 mil anos, os índios desbravaram as terras que formam hoje nosso Estado, abrindo um sistema de caminhos denominados Peabiru, que cortava o Paraná em várias direções.
Dos indígenas também herdamos nomes de rios e cidades que até hoje conservamos como: Rio Iguaçu, Paranaguá, Umuarama, Goio Erê.
Nos séculos XVII, os europeus foram gradativamente ocupando as terras indígenas. Esse contato levou à destruição dos nativos ou à perda de sua identidade cultural, já que eles eram obrigados a abandonar muito de seus costumes para assimilar os hábitos dos brancos.


A ocupação das terras paranaenses


De acordo com o tratado de tordesilhas, a maior parte do Paraná cabia à Espanha.
Enquanto os portugueses iniciaram a ocupação pelo litoral, os espanhóis vieram pelo interior, através do vale do rio Paraná e dos caminhos do Peabiru. Os portugueses ocuparam o território de forma lenta, porém contínua e sempre em expansão, ao contrário dos espanhóis que a partir de 1640, foram se deslocando em direção ao Paraguai, pressionados pelas expedições portuguesas.


A ocupação portuguesa.


Logo após tomar posse do Brasil, o governos português enviou à colônia algumas expedições para reconhecer e defender o novo território.
A primeira dessas expedições navegou pelo litoral brasileiro em 1501 identificando os acidentes geográficos e dando nome a eles. Há indícios de que os primeiros europeus a chegarem em nosso Estado fossem náufragos e deportados das expedições realizadas entre 1501 e 1519, cujo comandante era Gaspar Lemos.
Em 1530, D. João III, rei de Portugal enviou ao Brasil a expedição de Martin Afonso de Souza, entre outras coisas para dar início a colonização, esta percorreu o litoral brasileiro.
A primeira expedição portuguesa ao interior do Paraná foi a de Francisco Chaves e Pero Lobo, enviados por Martin Afonso de Souza em busca de ouro e prata. Foi destroçada por indígenas na década de 1530 e jamais retornou.

A História do Paraná

"A História do Paraná - As origens étnicas do Paraná Tradicional são as mesmas dos outros estados brasileiros: portugueses, luso-brasileiros, mamelucos, negros e índios, estes últimos fator racial e cultural muito importante na formação do Paraná.
Os imigrantes aqui chegados, já encontraram aquelas cidades, vilas e freguesias que existiam no Paraná na época de sua emancipação política de São Paulo (1853). Assimilaram rapidamente a cultura tradicional brasileira, num esforço de sobrevivência, chegando ate a ocorrer o fenômeno do "acaboclamento", onde teriam, perdido a maioria de seus traços culturais, isso nos meios rurais.
A cultura portuguesa aqui chegou através do paulista luso-brasileiro e mameluco. Os povoadores das duas primeiras vilas, Paranaguá e Curitiba, descendiam das mesmas famílias e eram aparentados entre si.
Essa cultura está na base de todos os costumes e hábitos, exteriorizando-se com mais realce nos fatos da linguagem e aos que se ligam às tradições religiosas, aos divertimentos e à educação familiar. Essa herança poderosa de quatro séculos está presente ainda no Paraná na vida familiar urbana e dominante entre os caboclos, herdeiros diretos dessas tradições seculares.
Ainda hoje vemos o caboclo tanto do interior como do litoral, prestativo e hospedeiro, sendo no entanto interessante assinalar diferenças observadas entre os habitantes do planaltos e do litoral. O fandango, no litoral, demonstra a atualidade da cultura portuguesa. A cultura indígena está presente na denominação da maioria dos acidentes geográficos, dos vegetais, animais, de comidas e implementos necessários à manutenção. O artesanato desses implementos, suas técnicas de feitura e seu uso conservam os padrões. São trançados, cestarias, redes, armadilhas, todo um complexo que permitiu ao homem branco sobreviver no solo desconhecido." (Roselys v. Roderjan)


Fonte: Secretaria de Estado do Turismo do Paraná - SETU